quinta-feira, 14 de julho de 2011

Agências não rebaixam Estados Unidos, mas alertam para crise

Moratória é uma palavra mais suave para explicar a crise nos Estados Unidos, porque o nome é calote. É a primeira vez que se ouve isso quando se fala nos americanos. A briga política está cada vez pior, porque os republicanos estão levando até o último minuto a disputa para ver se aumenta o teto do endividamento americano ou não.
Concretamente, há um risco. A pergunta é: por que a gente leva a sério as agências? A gente pode não levar a sério, mas o mercado leva. Dentro dos fundos de investimento, que são os grandes compradores de papel no mundo inteiro, tem regras. Se tiver uma nota baixa, não pode comprar esses papeis. Mas as agências não rebaixaram os Estados Unidos. O país continua sendo AAA, que é a melhor nota possível. Apenas colocaram um sinal negativo. Pode ser que caia. É um alerta.
 


Casa inteligente gera energia para eletrodomésticos e até para o carro


É o sonho de muitos brasileiros: uma casa nova, toda planejada e econômica, sem desperdício. Será que é possível?  A Universidade Tecnológica Federal do Parana(UTFPR) é uma instituição importante. Tem mais de 100 anos de vida. A série “Você não sabia, mas já existe” foi conhecer o tal do escritório verde, a casa sustentável. Só de olhar a fase final de construção, percebe-se que ela não é comum.
Não se vê aquela quantidade de entulho, típica de obra. Há muita madeira, mas os forros são diferentes. O relógio de luz fica no meio da sala. O projeto é de um professor que leva o sonho no sobrenome: Eloy Casagrande. De concreto, no sentido literal da palavra, só mesmo as fundações.
O material parece madeira, mas ao ser tocado nota-se que a madeira é mole. Não é madeira. É PVC. Isso já existe lá fora há bastante tempo. “Isso existe: é um sistema construtivo que usa ‘wood frame’, o sistema de construção a seco que usa painéis de madeira em revestimentos internos e externos”, explica o professor Eloy Casagrande.
Ao entrar na casa, as surpresas continuam. A madeira usada para construir as janelas nasceu em um laboratório. É uma espécie de eucalipto geneticamente modificado e mais resistente. As paredes vêm de reflorestamento, com madeira certificada. São duplas para receber uma forração especial: um aspecto de algodão que o professor usou garrafas PET.
“Exatamente. São garrafas comuns. Para cada metro quadrado, eu usei 30 garrafas para reciclar. É um produto já usado no mercado. São sete mil garrafas que nós tiramos do ambiente para colocar na casa. Ela dá uma sensação agradável para quem está na casa tanto no inverno quanto no verão”, afirma o professor Eloy Casagrande.
A placa de borracha é feita de pneu velho. “Pneu reciclado que é retirado do meio ambiente. Para cada metro quadrado de uma a manta de cinco milímetros, eu tenho até três pneus reciclados. Em uma contabilidade que, por cima na casa, deixamos de jogar no meio ambiente 540 pneus”, calcula o professor.
Para chegar ao segundo andar da casa, a escada é ecologicamente correta e sustentável. Ela é feita com um material que parece aquele brinquedo de montar. “Isso é resíduo de escada de madeira de uma fábrica de escadas, que forma painéis com os toquinhos que sobram e acabam formando a escada. Esses toquinhos iam para o lixo. Vira quase uma peça de arte, uma estrutura”, explica o professor Casagrande.
Um dos pontos mais interessantes da casa fica no terraço no segundo andar. Em vez de usar um piso tradicional, eles preferiram grama. Forraram com grama a parte superior da casa. “É um isolamento térmico-acústico. Além de beneficiar a estética da cidade – se todos os prédios tivessem um telhado verde, seria uma maravilha – absorve água e carbono, e eu reduzo a temperatura interna de 3°C a 5°C”, diz o professor.
Um engenheiro, ao ver a grama no teto, ficaria apavorado – “Meu Deus do céu, como ele impermeabilizou isso aqui? Vai chover, essa terra vai absorver, vai dar infiltração”. Eloy Casagrande explica.
“O sistema está resolvido com tecnologias bastante avançadas. Eu tenho uma impermeabilização com borracha líquida. Coloquei uma manta de plástico para fazer reforço. Colo por baixo. Ainda tem o sistema de rufos, com proteção de metal, e eu tenho um sistema por baixo da grama. Esse é o sistema do ecotelhado. Na verdade, é o reaproveitamento de solas de sapato das fábricas do Rio Grande do Sul, de onde já vem a terra com substrato com os nutrientes. Eu modulo, coloco as neivas de grama e a grama se fixa. Há projetos para se fazer cidades suspensas na China com que toda a plantação da China seja feita em situações como essa: nos telhados verdes, no ecotelhado”, afirma o professor.
A água da chuva será coletada para regar as plantas e ser usada nos sanitários. No telhado, serão instaladas placas solares e uma turbina de energia eólica. Sol e vento vão gerar energia, e isso vai aparecer em um dos relógios instalados dentro da casa.
Não é bonito, mas é uma sala de aula. Outro relógio mostra o quanto a casa consome e um terceiro, quanto vai sobrar de energia. A produção eólica e a produção solar vão ser capazes de abastecer toda a casa e ainda sobrar energia?
“Depende de quanto tenho de sol e de vento. Ainda dependo do clima. Mas digamos que eu esteja de férias em janeiro, por 30 dias, e a captação solar seja intensa nesse período de verão. Eu posso dar essa energia passando direto para a rede. Eu me torno um gerador de energia na rede”, explica o professor.



Governo quer conselhos tutelares 24 horas em sedes da Copa, diz ministra

Maria do Rosário diz que objetivo é inibir casos de exploração infantil.
Ideia é que conselhos atuem em parceria com o Disque 100.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos,
Maria do Rosário, participa de programa de rádio
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, afirmou, nesta quinta-feira (14), que o governo prepara projeto que prevê o funcionamento de conselhos tutelares 24 horas por dia nas cidades brasileiras que sediarão a Copa do Mundo de 2014. A ideia é ajudar a combater os casos de exploração infantil e ajudar na localização de crianças desaparecidas.
A ministra, que participou do programa “Bom Dia Ministro”, não deu um prazo para que o plano seja apresentado e nem para que os conselhos passem a funcionar. As 12 cidades-sede são Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Maria do Rosário afirmou que a ideia é que os conselhos atuem em parceria com o Disque 100, canal de denúncia da Secretaria de Direitos Humanos.
"Está em curso e vamos colocar  em prática um plano de ação que passa por conselhos tutelares equipamentos, que atuem 24 horas por dia, que trabalhem com o Disque 100, principal disque-denúncia de direitos humanos. O telefonema é gratuito 24 horas por dia e move rede que liga e mobiliza no município de onde vem a denúncia. É uma forma de agir para proteger a criança", disse a ministra.
"A meta é construirmos nas capitais que vão receber grandes eventos, como a Copa do Mundo, chegando depois a todas as capitais brasileiras, conselhos tutelares de referência, equipados, com carros. Já conseguimos estabelecer aporte de veículos para municípios desde o ano passado", completou a ministra.
De acordo com Maria do Rosário, o governo está trabalhando no projeto porque "o Brasil quer ter marca de um país que protege suas crianças".
A ministra também informou que atualmente 92 municípios brasileiros ainda não têm conselhos tutelares e que 52% deles se concentram nos estados do Maranhão, Bahia e Minas Gerais. "Teremos atuação mais dedicada nesses estados, para criar conselhos em cada um desses municípios onde estão faltando."
Além do funcionamento dos conselhos nas cidades-sede da Copa e da instalação de conselhos em cidades que ainda não os tem, Maria do Rosário também afirmou que o governo atua para a definição de regras claras sobre o funcionamento dos conselhos.
"Não existe regra clara sobre o contingente habitacional que deve ser entendido para um conselho tutelar. Há conselhos que atendem a cidade inteira e isso prejudica. É uma regra que precisa ser estabelecida no plano federal e estamos empreendendo isso", afirmou.
Redução da maioridade penal
No programa "Bom dia Ministro", que apresentou um balanço de 21 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente  (ECA), a ministra disse ser contra o debate para a redução da maioridade penal. Segundo a ministra, o Brasil ainda não oferece a "segurança devida aos jovens" para evitar que eles sejam atraídos ao mundo do crime.
"Eu não acho que a redução da maioridade penal seja esta solução. Não quero passar a mão na cabeça do que comete ato infracional, mas três anos na vida de um adolescente significa praticamente chegar ao 18 anos dentro de uma unidade. Precisamos é investir no que eles fazem lá dentro, para que eles saiam e nunca mais cometam algo que seja agressivo e violento, mas nós ainda não fazemos isso no Brasil", disse a ministra.
O estatuto completa completou 21 anos na quarta-feira, 13 de julho.

Segundo dados divulgados pelo governo, para cada jovem internado no país, dois cumprem as medidas socioeducativas em regime aberto. Para o governo federal, os números representam uma melhora na estrutura do atendimento aos adolescentes infratores.
Maria do Rosário também pediu apoio ao projeto de lei que dobra a pena de adultos que envolvam crianças e adolescentes em crimes. "No caso de adultos que usam crianças para tráfico, para assumirem crimes. Foi aprovada uma lei que redobra a pena de adultos e isso tem que ser levado adiante. Eu peço apoio para que isso vá adiante", enfatizou.  Atualmente, projetos sobre o tema tramitam no Congresso.
Miséria
A ministra citou o programa Brasil Sem Miséria e disse que o governo fará "busca ativa" das famílias para que as crianças possam ser beneficiadas pelo programa de erradicação da miséria.
"Por motivo de pobreza, nenhuma mãe ou família no Brasil vai ter qualquer justificativa para abandonar uma criança na rua. Quem está na rua, temos que voltar até sua origem para descobrir o que ocasionou isso e ajudar essas famílias, mas o governo federal só poder fazer isso com a ajuda dos municípios", destacou Maria do Rosário.

G1

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